Bom dia! Quero apresentar pra vocês o Jongo. Ouviremos falar muito sobre ele daqui pra frente nas aulas de História e Geografia. Pra começo de conversa, segue um texto retirado do site do Grupo de Cultura Popular Pé de Chinelo que conta um pouquinho da sua história.
JONGO OU CAXAMBU (DANÇAS DE UMBIGADA)
"dá uma beirada, compadre..."
O jongo ou o caxambu, como também é conhecido, pode ter vindo da região de Angola, trazido pelos negros que vieram forçados a trabalhar nas fazendas cafeeiras da região centro-sul do Brasil. Os negros de Angola já tinham tradicionalmente as danças de umbigada, muito comuns na região Congo-Angola, uma das mais conhecidas é o semba, que, em dialeto quimbundo, significa umbigada.
A umbigada é uma característica do Jongo, e também se faz no semba, no samba-de-roda, no tambor-de-crioula, no lundu, na pernada, no batuque, no coco e em outras danças que provavelmente podem ter sido trazidas e/ou transformadas aqui pelos escravos angolanos.
Os escravos, na maioria das vezes, reuniam-se nas noites de festa dos santos católicos, provavelmente pelo fato de, na mesma data, os senhores seus participarem de festejos em igrejas.
No jongo, apenas aos mais velhos era dado o direito à participação, pois os jongueiros disputavam sabedoria através dos cantos e/ou pontos, usando para isso uma linguagem cifrada (gíria), para dificultar o desvendar do ponto.
Nos terreiros, como é chamado o espaço onde acontece a roda, acendia-se uma fogueira, que servia para esquentar os jongueiros, esquentar o couro dos tambores quando ficavam roucos e também para assar batatas e amendoim.
Normalmente, é tocado por dois tambores, um mais grave, geralmente chamado de caxambu ou tambu, e um mais agudo, também chamado de candongueiro. Em alguns lugares, também é tocado com um chocalho chamado de guaiá e, ainda, uma espécie de cuíca (mas que produz um som rouco), chamada de angoma-puíta, muito conhecida também como tambor onça ou roncador, muito comum nas manifestações de boi, principalmente no bumba-boi maranhense.
As letras dos cantos ou pontos de jongo relatam principalmente o cotidiano desse povo. Usam, para começar o jongo, ponto de abertura, saudando em geral o santo do dia e outras entidades; em continuidade, o cantador segue louvando o lugar, os jongueiros antepassados, o anfitrião (trata-se do jongueiro mais velho do lugar, geralmente o mais sábio também) e a todos que ali se encontram. No decorrer da noite, os jongueiros entoam cantos para alegrar e descontrair as pessoas, mas, de vez em vez, um deles manda um ponto a ser decifrado e os demais vão repetindo o canto até que algum jongueiro decifre e desate o ponto. Em outros casos, acontecia também o momento de encante, magia ou feitiço que algum jongueiro lançava sobre outro a quem ele queria enfeitiçar. Muitos contam que, se o jongueiro enfeitiçado não decifrasse o ponto, ele poderia desmaiar, passar mal ou até mesmo morrer; contam também que plantavam bananeiras que, ainda na mesma noite, dava fruto e alimentava aos jongueiros dali.
Ao final da roda de jongo, quando o dia ia amanhecendo, despediam-se uns dos outros e também saudavam a chegada do novo dia, e retornavam a sua jornada de trabalho escravo nas fazendas de café; "auê meu irmão café... mesmo usados, moídos, pilados, vendidos, trocados, estamos de pé, olha nós aí meu irmão café..." (letra da música "Jongo do irmão café", de Wilson Moreira e Nei Lopes)
A umbigada é uma característica do Jongo, e também se faz no semba, no samba-de-roda, no tambor-de-crioula, no lundu, na pernada, no batuque, no coco e em outras danças que provavelmente podem ter sido trazidas e/ou transformadas aqui pelos escravos angolanos.
Os escravos, na maioria das vezes, reuniam-se nas noites de festa dos santos católicos, provavelmente pelo fato de, na mesma data, os senhores seus participarem de festejos em igrejas.
No jongo, apenas aos mais velhos era dado o direito à participação, pois os jongueiros disputavam sabedoria através dos cantos e/ou pontos, usando para isso uma linguagem cifrada (gíria), para dificultar o desvendar do ponto.
Nos terreiros, como é chamado o espaço onde acontece a roda, acendia-se uma fogueira, que servia para esquentar os jongueiros, esquentar o couro dos tambores quando ficavam roucos e também para assar batatas e amendoim.
Normalmente, é tocado por dois tambores, um mais grave, geralmente chamado de caxambu ou tambu, e um mais agudo, também chamado de candongueiro. Em alguns lugares, também é tocado com um chocalho chamado de guaiá e, ainda, uma espécie de cuíca (mas que produz um som rouco), chamada de angoma-puíta, muito conhecida também como tambor onça ou roncador, muito comum nas manifestações de boi, principalmente no bumba-boi maranhense.
As letras dos cantos ou pontos de jongo relatam principalmente o cotidiano desse povo. Usam, para começar o jongo, ponto de abertura, saudando em geral o santo do dia e outras entidades; em continuidade, o cantador segue louvando o lugar, os jongueiros antepassados, o anfitrião (trata-se do jongueiro mais velho do lugar, geralmente o mais sábio também) e a todos que ali se encontram. No decorrer da noite, os jongueiros entoam cantos para alegrar e descontrair as pessoas, mas, de vez em vez, um deles manda um ponto a ser decifrado e os demais vão repetindo o canto até que algum jongueiro decifre e desate o ponto. Em outros casos, acontecia também o momento de encante, magia ou feitiço que algum jongueiro lançava sobre outro a quem ele queria enfeitiçar. Muitos contam que, se o jongueiro enfeitiçado não decifrasse o ponto, ele poderia desmaiar, passar mal ou até mesmo morrer; contam também que plantavam bananeiras que, ainda na mesma noite, dava fruto e alimentava aos jongueiros dali.
Ao final da roda de jongo, quando o dia ia amanhecendo, despediam-se uns dos outros e também saudavam a chegada do novo dia, e retornavam a sua jornada de trabalho escravo nas fazendas de café; "auê meu irmão café... mesmo usados, moídos, pilados, vendidos, trocados, estamos de pé, olha nós aí meu irmão café..." (letra da música "Jongo do irmão café", de Wilson Moreira e Nei Lopes)
"machado!"
Edgard Freitas
Segue link do site do Grupo de Cultura Popular Pé de Chinelo. Lá vocês podem encontrar muito mais!
Beijinhos da Professora Liliane.
Até a próxima!
ÊEEEEEEEEEEEEEEEEE !!!
Que maravilha te ver por aqui!
Adorei o texto.Vamos esperar pelo Jongo na nossa Mostra de Talentos!
Sua chegada na Rosa só acrescentou mais qualidade ainda no nosso trabalho.
Beijosss!!!
Patricia Nogueira - Coordenadora Pedagógica
O Jongo fala de uma cultura que eu não conhecia, Achei muito interessante, As danças, as roupas etc...
Nome: Nayara, Yasmim, Joice
Gostamos de saber da cultura do nosso povo negro.
Nomes: Marcella Venancio, Thaysa Francelina
Turma: 1803
Patricia, obrigada pelo carinho. Gosto muito dos meus alunos e da equipe daqui.
Beijos!