Pessoas!
Aderi a idéia da Profa. Caroline. Resolvi "entrar na onda" do cordel, e gostaria de compartilhar com vocês um cordel que extraí de um livro que tenho sobre cordel e ciência. O livro conta com vários cordéis, que passam por diversos assuntos. É bem legal!
Esse que ora posto aqui, irreverentemente, é um cordel escrito em inglês, e fala sobre a floresta amazônica. Na minha opinião é interessantíssimo, porque em um único texto são abordados assuntos como meio ambiente e conservação, inglês e também geopolítica. Este foi escrito em novembro de 1990, mas ainda hoje seu tema é atual e de suma importância... Espero que gostem e se interessem.
Grande beijo,
Profa. Angélica Fontes
Então, lá vai:
BRAZILIAN AMAZÔNIA
(Raimundo Santa Helena)
"Engineer André Rebouças
At one hundred years ago
Wrote about Amazônia
'Agriculture'... now we go
to discuss concerning forest -
Million of trees over there still rest
To save the world of a blow...
A blow in the world is desert
'Stove effect and pollution
None fish none bird
Only misery and inanition!
When jungle is really banished
The humanity will be just punished...
Let's avoid it without inhibition!
Amazon includes the states:
Amazonas and Pará
Roraima Acre Rondônia
Maranhão and Amapá
A bit of Mato Grosso
And Goiás... whose green colossus
Is fifteen times State of Utah...
More than 3 million and 5 hundred
Square kilometers of green -
The Brazilian Amazônia
Up to now still has been
A third of the world woods!
This wealth can't be mere goods
To enrich King nor Emperor neither Queen!
In South America (Brazil)
Amazon River irrigates
The biggest hydrographic basin
In the world across many states
And nations... it flows!
Each Government knows:
Big rivers are big gates...
Gates to 'oceans gates to' mountains
Gates to 'Freedom gates to' progress
Gates to make the people happier
Gates to bring us easier success!
Depredators of Green and greens
Are 'hunters-killers' by some means...
'NO' to them! To Nature: 'YES'!
Through your knowledge and technology
You'll be happy or miserable
Flying aboard a modern jet
Or waving free in a cable!
If you seed poisons in the wood
They'll turn back in drink and food
Infecting freezer oven'nd table...
AMAZÔNIA: World Lung
Breathing life without any fee!
Each of you wherever you are
Ecologist you must be:
Saving green and indians and spring
As did Anchieta, Vilas-Boas, Sting,
Rondon, Noel Nutels, Chico Mendes,
Raoni... "
Oi minha linda!!!
Mais uma estrela contribuindo neste espaço que é um sonho.
Obrigada !
S2
Olá Angélica!!!!
è isso aí multidisciplinar.
Ficou ótimo.
bjus.
Tá dando problema na postagem. Desculpem-me. Vou fazer a última tentativa.
Não sei bem quanto aos outros citados neste cordel porque tenho que admitir que não sou "expert" em inglês mas, eu não concordo com o nome Rondon ligado a preservação de área verde neste país. Talvez, um dia...
Posso ter interpretado errado dado o fato do cordel estar em outra língua. Caso eu esteja equivocada, por favor me ajudem a compreender de forma correta. Entendi que o Rondon citado no cordel é o Marechal Rondon.
O Marechal Rondon foi um grande colaborador de Getúlio Vargas. Em 1942, ele discursou em apoio de Getúlio Vargas "por este conduzir a bandeira política e administrativa da Marcha para o Oeste, visando ao alargamento do povoamento do sertão e de seu aproveitamento agropecuário com fundamentos econômicos mais sólidos e eficientes."
O governo militar nunca se preocupou em conservar, pois não era esse o objetivo da sua política, que controlava até as pesquisas na área ambiental e não se preocupava com projetos ou pesquisas conservacionistas.
Na década de 60, durante a Conferência de Estocolmo, generais brasileiros disseram: “Se vocês países ricos não querem as indústrias poluentes em seus países, mande tudo para o Brasil, porque nós adoramos poluição”. E hoje temos mineradoras, vastas fazendas pecuárias de propriedade de estrangeiros e a devastação do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e da Amazônia por madeireiros e pecuaristas. Naquela ocasião, por volta 60, o governo oferecia recursos para quem se propusesse a ir para o Mato Grosso desmatar, já que a meta do governo era criar o maior país agrário do mundo. E, na minha opinião, todos os envolvidos nesse processo não deveriam ser relacionados aos valores e objetivos que geram ações de preservação ambiental, pois os valores e objetivos que os motivaram a agir, na época, não tinham ligação com a preservação do Meio Ambiente.
Nesta época, em 60, o Marechal Rondon foi um grande colaborador na devastação do sertão aos serviços de Vargas. E é daí que vem toda a tradição que se costuma atribuir aos que foram "povoar" o pantanal e a Amazônia. Criou-se um mito em volta deste nome e como educadora eu não que isso passasse sem uma observação.
Quero deixar claro que reconheço outros valores do Marechal Rondon, somente discordo da ligação do seu nome com ações de conservação ambiental.
Desculpe-me Angélica. Não entenda mal. Nada contra vc ou a sua postagem. Somente não concordo com a fala do autor do cordel.
Bjs.
14 de junho de 2011 07:06
Entendo o comentário da Professora Alexandra como uma reflexão mais cuidadosa sobre a noção de desbravar, povoar e integrar que fez parte das políticas públicas do governo brasileiro no século passado. Precisamos ter em mente que conhecer e integrar a Amazônia ao resto do país realmente não era pensado no sentido da preservação e valorização da natureza nem das particularidades do modo de vida da população local. A noção de desenvolvimento que estava por trás daquelas iniciativas, como ainda hoje ocorre, infelizmente, está ligada muito mais à exploração e destruição do meio ambiente como forma de gerar lucro . Não é a toa que recentemente foi aprovado pela Câmara dos Deputados a reforma do Código Florestal Brasileiro que mais uma vez favorece os grandes empresários e, obviamente, desfavorece a Amazônia. Nesse sentido, concordo que a citação do nome de Rondon ao lado, por exemplo, de Chico Mendes, que morreu defendendo a floresta e os povos da floresta, parece inadequada.
Fico feliz que este blog esteja se constituindo num espaço tão interessante para debates como este. Parabéns à Professora Angélica, responsável pela postagem e também aos demais participantes que se dedicaram uma leitura tão atenta, valorizando o trabalho da nossa equipe. Só assim podemos construir um espaço verdadeiramente voltado para educação!
"Nesta época, em 60, o Marechal Rondon foi um grande colaborador na devastação do sertão aos serviços de Vargas. E é daí que vem toda a tradição que se costuma atribuir aos que foram "povoar" o pantanal e a Amazônia. Criou-se um mito em volta deste nome e como educadora eu não que isso passasse sem uma observação."
Gostaria de corrigir:
Na época, em 42,... como já havia citado anteriormente.
Alexandra,
Claro que entendi suas observações e concordo com tudo o que foi pontuado, tanto por você, quanto pela Carol. O cordel postado foi escolhido, entre tantos outros que haviam no livro, porque ele me pareceu multidisciplinar, e você sabe que adoro essa possibilidade de envolver a todos os ramos do conhecimento na análise, tornando as coisas mais abrangentes, e mostrando aos alunos que o mundo não é fragmentado, embora seja uma imensa colcha de retalhos.
De fato, a motivação do Marechal Rondon à época era desbravar. Ocupar territórios para não perder divisas. Levando em consideração que na ocasião não se gozava de grande consciência ambiental, não o condeno por isso. Para ele, naquela época, aquilo era o que se fazia emergente. Apesar de eu ser ecóloga, não faço a linha "ecochata", muito embora eu procure sempre agir de forma ecologicamente correta e com responsabilidade em relação ao meio ambiente.
Procurei pesquisar um pouco mais sobre os feitos de Rondon, e vi que ele tinha uma ligação com a questão indígena. Ele organizou e dirigiu o Serviço de Proteção aos Índios. Em minha opinião essa atitude pode representar respeito e preocupação com os povos tradicionais das florestas. Evidentemente, que colocá-lo em pé de igualdade com Chico Mendes, sindicalista, e profundamente envolvido com a questão preservacionista da Amazônia não é muito adequado, visto que ao meu ver ambos são incomparáveis, na medida que pertencem a épocas diferentes. Não podemos dar o mesmo peso para ambos já que os cenários político e ambiental em cada ocasião eram distintos.
Se Carol julgar oportuno podemos fazer algum trabalho envolvendo as disciplinas de história e ciências. Há um filme lindo sobre a Amazônia e que fala inclusive do Chico Mendes, chamado "Amazônia em Chamas". Podíamos passá-lo pros alunos.
Fico contente que este cordel tenha aberto uma discussão tão rica. Uma coisa em que sempre insisto com nossos alunos é para que conheçam, e procurem ler sobre as pessoas que contribuíram de alguma forma para o cenário atual do país, ou do mundo, de forma mais geral e abrangente. É interessante pensar e alargar os horizontes do conhecimento. É isso que move o ser humano. Conhecer e saber cada vez mais.
Bjos, Profª Angelica Fontes
Que bom que me fiz entender! Eu estava um pouco preocupada com a clareza do texto, pois tive que fazer recortes de um outro texto para não me alongar demais.
"Evidentemente, que colocá-lo em pé de igualdade com Chico Mendes, sindicalista, e profundamente envolvido com a questão preservacionista da Amazônia não é muito adequado, visto que ao meu ver ambos são incomparáveis, na medida que pertencem a épocas diferentes. Não podemos dar o mesmo peso para ambos já que os cenários político e ambiental em cada ocasião eram distintos."
Perfeito! O meu problema com o cordel foi esse. Da forma como os nomes são apresentados, me passou a impressão de que o autor os apresenta para o leitor com o mesmo peso e a mesma medida, ou que todos foram motivados a agir pelos mesmos valores e ideais.
Bj.
Adorei a idéia, Angélica, vamos amadurecer! Você tem o documentário?